1 de novembro de 2007

No creo en brujas, pero que las hay, las hay!

SANTA IGNORANCIA
por
Guilherme Veríssimo

Numa tarde de calor intenso, muito trabalho em pleno feriado de Finados e horas a fio de musica eletronica na veia, o que pode acontecer de coisas inusitadas é simplesmente sem explicação. No dia dos Mortos, as bruxas estao soltas.

Tomando apenas um fato que me deixou meio boquiaberto, venho a este espaço para tentar encadear algumas ideias. Sobre relacionamentos, é claro.

Claro que meus segredos ficaram parcialmente velados... motivos de segurança pessoal. Mas o que resultou desde acontecimento é o que vem a seguir.

Sentados frente a frente, na proximidade de um kbps, discutem sobre a vida: incrível como um olhar poderia dizer muito mais. Porém as mãos trabalham apressadas, não deixando vírgulas para tras. Nesses momentos, um lapso do desatento digitador pode transformar pingo em letra. Um ambiente frio, eu diria. Mas capaz de provocar paixões, desejos e discórdias. Cada palavra tem que ser cuidadosamente escolhida, em frações de segundo, pois depende dela o outro, que impacientemente troca janelas, conversa com mais alguns amigos e de quebra põe algumas músicas que o distraiam enquanto espera ansioso respostas de amigos virtuais.

Estaria também contando a alguém aquilo que lhe parecia um primeiro desentendimento por questões tão banais a um terceiro ou quarto interlocutor, ávido para meter o bedelho onde não lhe interessava, apenas pelo prazer de opinar na vida alheia?

O problema era que viviam em mundos diferentes. E para piorar, ainda compartilhavam de um terceiro mundo como intermediador, como ponte, para o entendimento mútuo. O choque que resultou era inevitável. Não se pode apenas dar um par de asas para um lagarta. Para que ela voe, é necessário muito mais que o instrumento... Consequentemente, as experiências diferenciadas de cada um fazia de um uma lagarta gorda e desesperada por cada vez mais devorar pequenas ou grandes folhas verdes, verdíssimas de preferência. Cada vez mais gorda, cada vez mais pregada ao chão! De que adiantava um par de asas?

Como de costume nesta época do ano, um temporal se armava... mas este muito mais destruidor que o normal. Raios neurocerebrais punham em colapso toda a capacidade de compreensão fatual deste nosso desprivilegiado alguém, que sentado, não podia esboçar nada além de uma fúria animal que o determinava a atacar, contra-atacar ou fugir... sem ao menos saber do que. Como não era um felino selvagem, apto a abocanhar o jantar e destroça-lo em segundos, reagiu como a maioria dos animais que se sentem ameaçados: fugiu!!!!

Corria tão rápido que o próprio coelho atrasado da Alice ficaria perplexo.

E nem ao menos teve paciência para saber o verdadeiro motivo daquela discussão que se metera, e que por limitações intrínsecas, o fizera uma pobre vítima da própria ignorância.
Postado por Gui Veríssimo às 21:09 |  
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