1 de dezembro de 2011

Dreaming about it


Postado por Gui Veríssimo às 17:57 | 0 comentários  
5 de novembro de 2011

Is it just a dream?

De repente, assim sem avisar... como porta que se choca contra o portal e faz aquele estrondo enorme, e por segundos nos transporta para a realidade imediata... a vida se nos faz presente. E assim, abruptamente, irrompe das paredes que nos circundam em formas diversas de contemplar. Faz-se sentir. E num ímpeto desesperadoramente sublime, sobrepassa as barreiras do palpável e transborda-se em sons, cores e sombras, enchendo-nos os olhos de brilho e a alma de questionamentos estranhamente inebriantes, ainda que inocentemente pueris.
Postado por Gui Veríssimo às 20:59 | 0 comentários  

Sounds familiar?

Postado por Gui Veríssimo às 20:43 | 0 comentários  
6 de outubro de 2011

Mistery of things

V - Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada

Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei.Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.

Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.

O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

(Fernando Pessoa, O guardador de rebanhos)


Postado por Gui Veríssimo às 08:04 | 0 comentários  
13 de junho de 2011

I couldn't have said it better myself



"Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir
um castelo…"

Fernando Pessoa




Postado por Gui Veríssimo às 20:33 | 0 comentários  
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22 de abril de 2011

Texto no busão

Meu cérebro tá me matando essa semana. Que maluca essa vida... Pensamos tanto, estudamos tanto, saimos de casa... Vivemos cada coisa doida longe da mirada dos nossos progenitores.

Aprendemos com nossas experiências e dos nossos amigos, nossa familia-escolhida. Choramos e compartilhamos momentos incríveis de felicidade, dividimos problemas, intercambiamos conselhos, arrumamos alguéns para dividir o peso do mundo sobre nossas costas.

Lemos tanto e tudo o que seja texto. Os textos da vida, textos do corpo, entre linhas dos textos... E quanto mais capturamos nessas leituras, menos ignorância podemos alegar.

Mas alguns ensinamentos são esquecidos... Ou deixados de lado, inutilizados. Deixamos de pensar sobre eles e, quando menos esperamos, batem a nossa porta cobrando-nos contas por nossa indiferença.

Deixar de raciocinar pode ser nosso maior erro. Apenas um segundo de hesitaçao pode acarretar em uma nova prova, um novo teste... um chamado para que não nos esqueçamos do aprendido.

A segunda chance existe, mais a prova nunca será a mesma... e quase sempre se apresenta mais difícil do que imaginávamos.

Postado por Gui Veríssimo às 22:46 | 0 comentários  
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8 de março de 2011

Caminhos infinitos


Depois de um longo fim de semana chuvoso de Carnaval, acredito que há uma imensidão de questionamentos pipocando aqui e ali em pensamentos de sujeitos aleatórios. As minhas inquietações continuam latentes.

Conversando com um amigo um dia desses, percebi a enorme diferença dos nossos pensamentos quando falavamos do futuro e do presente. Como os caminhos que traçamos nos condicionam a ver de forma diferenciada as oportunidades que nos são apresentadas.

O fato é que perdi um pouco desse tal de romantismo, sabe... aquele brilho no olhar de ingenuidade pueril? Imaginar que tudo vai dar certo, que enfim o destino te apresentou a solução para seus problemas... alguém para a vida eterna.

Nessa inconstância em que vivemos, saber que aquilo que temos é para sempre é uma ilusão. É como acreditar no pote de ouro no fim do arco-íris. É como trilhar um caminho de cores na imensidão do céu e vê-lo desafazer-se diante dos seus olhos no exato momento em que a tempestade escurece as nuvens e marca com ruidosos raios luminosos um céu antes primaveril.

Somos inconstantes e incompletos... fragmentos de nós mesmos.

As oportunidades oferecidas pela vida nos testam e nos moldam. A liberdade de decidir nossos trajetos, pouco a pouco, nos escravizam a um destino cada vez mais afunilado e menos abrangente. Estariamos dispostos a deixar-nos guiar pelas vontades de outro? Abriria, eu, mão dos meus planos em detrimento aos sonhos alheios? Onde estaria a graça de viver pelos olhos do outro, pela pele do outro...?

Não me considero um pessimista, nem duvido de todas as pessoas. Apenas acredito que certos comportamentos são indentificáveis e perfeitamente explicados a luz de algumas das inúmeras ciências que nos circundam. Apenas aprendi a enxergar por meio de prismas o que antes me ofuscava os olhos e me ludibriava a alma.

E esse meu amigo, inconformado com os rumos do meu discurso fazia de tudo para me mostrar uma vida cheia de campos e flores (e algumas grandes pedras) que eu sim posso ver com meus olhos, mas nem tanto com a minha essência. "Os problemas é que tornam a vida interessante" ele disse.

Edificar-se a partir dos problemas vividos é um processo necessário. Mas saber evitar os problemas já vividos e superados é questão de inteligência lógica e de autopreservação. Não passarei duas vezes pela mesma provação se couber a mim evitá-la.

No momento, não estou a procura da meia laranja... pelo simples fato de que não posso me focar nisso. As direções que tomamos nos guiam para um destino final, almejado. E quando não temos um objetivo, cansamo-nos de procurar por rumos diversos que não levam a lugar algum. Por isso, sigo vivendo do meu modo. Viajando, conhecendo lugares e culturas, movimentando-me, encarando a vida por mim mesmo, correndo atrás de desafios, de mudanças, de contextos.

Só não vivo da utopia romântica de um amor único e avassalador de proporções colossais que causa abalos cismicos e cataclismas... vivo sabendo que um amor pode tropeçar em você e sorrir para você, mas não tenho a ilusão de que seja "imortal, posto que é chama".

Que culpa tenho se as indagações se fizeram mais densas, as aspirações menos rasas? Carrego apenas a certeza de que elas são os filtros pelos quais organizo-me e me significo. Por elas, meu mundo se constrói a minha volta e meus caminhos se desdobram em direção ao infinito.

Postado por Gui Veríssimo às 20:24 | 0 comentários  
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