8 de março de 2011

Caminhos infinitos


Depois de um longo fim de semana chuvoso de Carnaval, acredito que há uma imensidão de questionamentos pipocando aqui e ali em pensamentos de sujeitos aleatórios. As minhas inquietações continuam latentes.

Conversando com um amigo um dia desses, percebi a enorme diferença dos nossos pensamentos quando falavamos do futuro e do presente. Como os caminhos que traçamos nos condicionam a ver de forma diferenciada as oportunidades que nos são apresentadas.

O fato é que perdi um pouco desse tal de romantismo, sabe... aquele brilho no olhar de ingenuidade pueril? Imaginar que tudo vai dar certo, que enfim o destino te apresentou a solução para seus problemas... alguém para a vida eterna.

Nessa inconstância em que vivemos, saber que aquilo que temos é para sempre é uma ilusão. É como acreditar no pote de ouro no fim do arco-íris. É como trilhar um caminho de cores na imensidão do céu e vê-lo desafazer-se diante dos seus olhos no exato momento em que a tempestade escurece as nuvens e marca com ruidosos raios luminosos um céu antes primaveril.

Somos inconstantes e incompletos... fragmentos de nós mesmos.

As oportunidades oferecidas pela vida nos testam e nos moldam. A liberdade de decidir nossos trajetos, pouco a pouco, nos escravizam a um destino cada vez mais afunilado e menos abrangente. Estariamos dispostos a deixar-nos guiar pelas vontades de outro? Abriria, eu, mão dos meus planos em detrimento aos sonhos alheios? Onde estaria a graça de viver pelos olhos do outro, pela pele do outro...?

Não me considero um pessimista, nem duvido de todas as pessoas. Apenas acredito que certos comportamentos são indentificáveis e perfeitamente explicados a luz de algumas das inúmeras ciências que nos circundam. Apenas aprendi a enxergar por meio de prismas o que antes me ofuscava os olhos e me ludibriava a alma.

E esse meu amigo, inconformado com os rumos do meu discurso fazia de tudo para me mostrar uma vida cheia de campos e flores (e algumas grandes pedras) que eu sim posso ver com meus olhos, mas nem tanto com a minha essência. "Os problemas é que tornam a vida interessante" ele disse.

Edificar-se a partir dos problemas vividos é um processo necessário. Mas saber evitar os problemas já vividos e superados é questão de inteligência lógica e de autopreservação. Não passarei duas vezes pela mesma provação se couber a mim evitá-la.

No momento, não estou a procura da meia laranja... pelo simples fato de que não posso me focar nisso. As direções que tomamos nos guiam para um destino final, almejado. E quando não temos um objetivo, cansamo-nos de procurar por rumos diversos que não levam a lugar algum. Por isso, sigo vivendo do meu modo. Viajando, conhecendo lugares e culturas, movimentando-me, encarando a vida por mim mesmo, correndo atrás de desafios, de mudanças, de contextos.

Só não vivo da utopia romântica de um amor único e avassalador de proporções colossais que causa abalos cismicos e cataclismas... vivo sabendo que um amor pode tropeçar em você e sorrir para você, mas não tenho a ilusão de que seja "imortal, posto que é chama".

Que culpa tenho se as indagações se fizeram mais densas, as aspirações menos rasas? Carrego apenas a certeza de que elas são os filtros pelos quais organizo-me e me significo. Por elas, meu mundo se constrói a minha volta e meus caminhos se desdobram em direção ao infinito.

Postado por Gui Veríssimo às 20:24 |  
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